Rabinos de todo o mundo a João Paulo II: “Obrigado”

160 chefes, rabinos e cantores judeus de Israel, Estados Unidos e Europa foram recebidos por João Paulo II no dia 18 de janeiro, na maior audiência privada concedida por um Papa a chefes da religião judaica. “Nenhum Papa antes de João Paulo II fez tanto ou se preocupou tanto em criar uma relação fraterna entre católicos e judeus”, destacou o rabino Jack Bemporad, diretor do Centro para o Entendimento Inter-religioso.

O Santo Padre recordou que “neste ano celebra-se o 40o aniversário da declaração Nostra Aetate, do Concílio Vaticano II, que contribuiu enormemente para o fortalecimento do diálogo judeu-católico”. Que este aniversário – disse – seja ocasião de um renovado compromisso que fomente o entendimento e a cooperação ao serviço da construção de um mundo cada vez mais firmemente baseado no respeito à imagem divina em todos os seres humanos.

Os rabinos, que fazem parte da Fundação Pave the Way, agradeceram ao Santo Padre “todos os esforços realizados em seus 26 anos de pontificado para reconciliar as duas religiões e derrubar os muros do ódio”. Durante a audiência, recitaram uma oração em honra de João Paulo II.

O presidente do Pave the Way, Gary Krupp, afirmou que o objetivo da fundação é “reunir homens e mulheres de boa vontade, independentemente de sua fé religiosa e sem preconceitos, para abater com determinação os obstáculos que se apresentem no caminho em direção à reconciliação entre as religiões. O Papa o fez durante décadas e o mínimo que podemos fazer é agradecer-lhe pelo que fez pelo povo judeu no mundo. De nossa parte, trabalhamos seriamente para alcançar a paz na terra”, disse Krupp.

O rabino Jack Bemporad, diretor do Centro para o Entendimento Inter-religioso, manifestou que “desde o Concílio Vaticano II e sob a direção de João Paulo II, a Igreja Católica deu passos muito importantes para construir novas relações com os judeus, baseados no afeto e na reciprocidade sinceros. Nenhum Papa antes de João Paulo II fez tanto ou se preocupou tanto em criar uma relação fraterna entre católicos e judeus. Estou convencido de que João Paulo II será considerado como o grande propulsor das relações entre judeus e católicos. Ao chegar ao Vaticano, nós, os rabinos de todo o mundo, dizemos: ‘obrigado!’”, concluiu.