Na Sala Clementina do Vaticano João Paulo II cumprimentou os cardeais, arcebispos, bispos e responsáveis pelos diversos escritórios da Cúria Romana por ocasião das tradicionais saudações natalinas. Após o discurso do cardeal Joseph Ratzinger, decano do colégio cardinalício, o Papa dirigiu umas palavras aos presentes.
“A proximidade das festas natalinas torna a produzir, todos os anos, sentimentos de serenidade e de paz. O nascimento de Jesus é um acontecimento que toca o coração. O Verbo eterno se fez homem e estabeleceu sua morada entre nós. A liturgia, nos próximos dias, recordar-nos-á, em várias ocasiões, esta verdade fundamental da nossa fé: «Christus natus est nobis, venite, adoremus».
“O Menino Divino que adoramos no Nascimento é o Emanuel, Deus conosco realmente presente no sacramento do Altar. Ficamos sem palavras perante um dom e um mistério tão grandes. A Igreja recebeu, do Filho de Deus feito homem, ‘Lumen gentium’, a alta missão de ser ‘o sinal e o instrumento dessa união íntima que Deus quer instaurar com o gênero humano e de todos os homens entre si’. Queridos irmãos, sejamos cada vez mais conscientes de que o nosso compromisso primordial é a comunhão com Deus e a unidade entre todos os seres humanos, a começar pelos que crêem”.
João Paulo II recordou que “o esforço ecumênico se intensifica, nos diversos âmbitos, graças a contatos, encontros e iniciativas constantes” como “a visita da delegação ecumênica da Finlândia e, sobretudo, a do Patriarca Ecumênico Bartolomé I em junho passado”. E faz poucos menos de um mês, disse o Papa, pela entrega das relíquias dos Santos Gregório Nazianzeno e João Crisóstomo. “Espero, de todo o coração, que a volta do ícone da Mãe de Deus de Kazan para a Rússia contribua para acelerar o projeto de unidade entre todos os discípulos de Cristo. Unidade da Igreja e unidade do gênero humano! – exclamou o Papa. Leio esta aspiração à unidade nos rostos dos peregrinos de todas as idades”.
O Santo Padre sublinhou a grande responsabilidade dos crentes para atingir a unidade. “Não deixei nunca de alentar os católicos europeus a permanecerem fiéis a Cristo –assegurou. Efetivamente, dentro do coração se alimentam as raízes cristãs da Europa das quais depende em grande parte o futuro solidário e justo do continente e de todo o mundo”.
O Papa concluiu seus cumprimentos natalinos aos representantes da Cúria repetindo o tema da sua mensagem de primeiro de janeiro de 2005, Jornada Mundial da Paz: “Não te deixes vencer pelo mal, pelo contrário, vence o mal com o bem”.
«Adoro te devote!». “Venerados e queridos irmãos, acolhendo as expectativas e as esperanças da Igreja e da humanidade, voltemos a dirigir o olhar ao Natal que já está próximo. Nosso coração não se amedronta diante das dificuldades, pois confia em ti, Menino de Belém, que por amor vens para estar no meio de nós. Faça com que te reconheçam e te acolham como o Redentor do homem e o Príncipe da Paz de todas as partes!”.