"As religiões contribuíram na prevenção e resolução dos conflitos"

Assim o afirmou Samuel Hadas, ex-embaixador de Israel, na Espanha, em um curso da Universidade de Navarra sobre o conflito entre Israel e Palestina.

Samuel Hadas, ex-embaixador de Israel na Espanha e da Santa Sé, afirmou na Universidade de Navarra que “as religiões contribuíram na prevenção e resolução dos conflitos e continuarão fazendo-o no futuro”. No curso de verão “História de Israel e do povo judeu: guerra e paz na Terra Prometida”, o assessor do Centro Peres pela Paz destacou o papel da religião na promoção do diálogo e da reconciliação.

“No Oriente Medio, a influência que a religião exerce sobre a sociedade, ao contrário do que ocorre em outras partes do mundo, em vez de diminuir, está aumentando. A religião influi na concepção de vida coletiva dos povos e em suas identidades nacionais como, por exemplo, acontece no conflito palestino-israelense” , explicou o especialista.

Em nível internacional, o pesquisador da Universidade de Tel Aviv advertiu que nos encontramos “em uma guerra imposta pelo totalitarismo religioso; uma guerra contra a qual é preciso lutar em escolas, mesquitas, igrejas e sinagogas”. Em seu parecer, “não se deve ignorar o potencial da influência positiva da religião na consciência das pessoas. É primordial transmitir a verdadeira mensagem do judaísmo, do cristianismo e do islã, que é uma mensagem de paz oposta ao totalitarismo”, ressaltou Samuel Hadas.

Grande oportunidade

No programa, organizado pelo departamento de História e inserido nos Cursos de Verão das universidades navarras, encontram-se numerosos especialistas procedentes do mundo político, diplomático, jornalístico e acadêmico. Entre eles encontra-se Munther Dajani, diretor do Issam Sartawi Center for the Advancement of Peace and Democracy. Segundo afirmou o especialista palestino, “estes dias são cruciais na história de Israel e Palestina. Se não houver suficiente prudência e racionalidade para comprovar a força do extremismo e do fanatismo pode-se entrar em outro círculo vicioso de violência”.

O decano da Faculdade de Artes da Universidade de Al-Quds assinalou o preço que ambas partes devem pagar pela paz: “Os palestinos têm de assumir as fronteiras de 1967 e os israelenses têm de aceitar sua terra dentro dos limites de 1948 e 1949, esquecendo-se ambos de suas históricas pretensões”. Assim, Munther Dajani abriu uma porta à esperança: “Na reunião de novembro próximo em Washington existe uma grande oportunidade. Creio que os corações e mentes do povo israelense e do palestino encontram-se no lugar correto; esperamos não perder essa oportunidade”.