[Em italiano no original]
“Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que chegara a sua hora de passar deste mundo para o Pai, Ele, que amara os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim” (Jo 13, 1). Vamos com a imaginação ao Cenáculo de Jerusalém para contemplar a grande prova de amor que nos dá o Senhor: a instituição da Eucaristia.
O Nosso Deus está sempre próximo. Mas na Eucaristia apresenta-se especialmente próximo do nosso coração: com o seu corpo, com o seu sangue, com a sua alma, com a sua divindade. Jesus amou-nos “até ao fim”. Ninguém está excluído deste amor. Para cada um, o Filho eterno de Deus se fez homem, semelhante a nós em tudo, “exceto no pecado” (Heb 4, 15). Mais ainda: quis carregar com os pecados de todos os homens, para reparar por elos e restituir-nos a amizade de Deus Pai, convertendo-nos em filhos de Deus pelo poder do Espírito Santo.
Vamos com a imaginação ao Cenáculo de Jerusalém para contemplar a grande prova de amor que nos dá o Senhor: a instituição da Eucaristia.
Podemos perguntar-nos: Como estamos correspondendo a este amor? Nesta Quinta-feira Santa pedimos ao Senhor que nos faça compreender com maior profundidade o amor de Deus por cada um de nós e o amor com que devemos corresponder, imitando e unindo-nos a Jesus Cristo.
[Em inglês]
A nossa correspondência ao amor de Deus tem muitas manifestações. Uma delas é agradecer tanto carinho preparando-nos muito bem para receber o sacramento da confissão, para assistir à santa Missa e receber a sagrada Comunhão. A participação no Sacrifício Eucarístico não é só a recordação da entrega do Senhor por nós. A Missa é muito mais: é a renovação sacramental do sacrifício do Calvário, antecipado na Última Ceia. “Fazei isto em memória de Mim” (Lc 22, 19), disse Nosso Senhor quando instituiu o Sacramento.
A Igreja, fiel ao seu mandato, torna presente a Paixão e a Morte de Cristo, por meio dos sacerdotes, em cada celebração eucarística. São João Paulo II escreveu que o sacrifício da Cruz “é tão decisivo para a salvação do gênero humano que Jesus Cristo realizou-o e só voltou ao Pai depois de nos ter deixado o meio para dele participarmos como se tivéssemos estado presentes” (Encíclica Ecclesia de Eucharistia, 11).
Obrigado, Senhor, pela Eucaristia. E obrigado pela fé, a nossa fé, na Eucaristia. Obrigado pelo sacerdócio, que perpetuou no tempo este Teu amor. “É tanto o Amor de Deus pelas suas criaturas, e deveria ser tanta a nossa correspondência que, ao celebrar-se a Santa Missa, os relógios deveriam parar.” (Forja, 436).
[Em espanhol]
Da Cruz, da Eucaristia, provém a força da Redenção. Aí se encontra a fonte de toda a graça, o modelo do amor com que nos temos de amar uns aos outros, a raíz da eficácia apostólica. Na Última Ceia Jesus deu-nos este mandato expresso: “Que vos ameis uns as outros como eu vos amei” (Jo 15, 12). E para que ficasse bem gravado na memória dos seus discípulos e na de cada um de nós, lavou os pés aos apóstolos.
O perdão, a desculpa, o interesse sincero pelos outros, os pormenores de serviço na vida cotidiana - na família, na universidade, no lugar de trabalho, nos momentos de descanso, etc. - são oportunidades frequentes de tornar vivo o mandato do Senhor.
São João, na sua primeira epístola, escreve: “Nisto conhecemos o amor: Ele deu a sua vida por nós e nós devemos também dar a vida pelos nossos irmãos” (1Jo 3, 16). Como o faremos? Há muitas formas de pôr em prática o mandamento novo do Senhor. São Josemaria dá-nos este conselho: “Mais do que em «dar», a caridade está em «compreender»” (Caminho, 463).
O perdão, a desculpa, o interesse sincero pelos outros, os pormenores de serviço na vida cotidiana - na família, na universidade, no lugar de trabalho, nos momentos de descanso, etc. - são oportunidades frequentes de tornar vivo o mandato do Senhor e de o fazer vida nossa.
[Em francês]
Durante a Última Ceia, Jesus pediu ao Pai pela unidade daqueles que seriam chamados a ser seus discípulos ao longo dos séculos. “Que todos sejam um. Como Tu, ó Pai, és um em Mim e Eu em Ti, assim também eles sejam um em Nós, para que o mundo creia que Tu Me enviaste” (Jo 17, 21).
Imitaremos o exemplo de Deus se nos empenharmos em reforçar a unidade entre nós, na Igreja, e na medida de nossas possibilidades, entre os fiéis. A vocação do cristão, plenamente vivida, aproximará de Jesus os nossos amigos, de nossos colegas, quer se encontrem perto do Senhor quer ainda não o estejam.
“Como Tu, ó Pai, és um em Mim e Eu em Ti” (Jo 17, 21). Participar na união das Pessoas da Santíssima Trindade: é este um objetivo muito elevado. Mas o Senhor concede-nos esta participação de maneira eminente através do dom da Eucaristia, sacramento da fé e do amor. Que Santa Maria, Mãe do Amor Formoso, nos obtenha pela sua mediação maternal, a graça de uma fé mais intensa no amor de Deus por nós e uma caridade maior pelos outros.
Assim seja.