A santidade da Esposa de Cristo sempre se demonstrou - como hoje continua a demonstrar-se - pela abundância de bons pastores. Mas a fé cristã, que nos ensina a ser simples, não nos induz a ser ingênuos. Há mercenários que se calam, e há mercenários que pronunciam palavras que não são de Cristo. Por isso, se porventura o Senhor permite que fiquemos às escuras, mesmo em coisas de pormenor; se sentimos que a nossa fé não é firme, recorramos ao bom pastor, àquele que entra pela porta, exercendo o seu direito, àquele que - dando a vida pelos outros - quer ser, na palavra e na conduta, uma alma enamorada: talvez um pecador também, mas que confia sempre no perdão e na misericórdia de Cristo.
Se a nossa consciência nos reprova alguma falta - mesmo que não nos pareça grave -, se estamos em dúvida, recorramos ao Sacramento da Penitência. Iremos ao sacerdote que nos atende, àquele que sabe exigir de nós firmeza na fé, delicadeza de alma, verdadeira fortaleza cristã. A Igreja concede-nos a mais plena liberdade para nos confessarmos com qualquer sacerdote que possua as legítimas licenças; mas um cristão de vida clara procura - livremente - aquele que reconhece como bom pastor, e que pode ajudá-lo a levantar os olhos para tornar a ver no alto a estrela do Senhor. (É Cristo que passa, 34)