Esta "ingenuidade" não está fora da infância espiritual; é o eterno diálogo entre a criança inocente e o pai, doido por seu filho:
- Quanto me queres?... Fala! - E o garotinho diz, marcando as sílabas: - Mui-tos milhões-(Caminho, 897)
Na vida interior, a todos nos convém ser quasi modo geniti infantes, como crianças recém-nascidas, como esses pequeninos que parecem de borracha, que até se divertem com os seus tombos, porque logo se põem de pé e continuam com as suas correrias; e porque também não lhes falta - quando necessário - o consolo de seus pais.
Se procurarmos comportar-nos como eles, os tropeções e os fracassos na vida interior - alias, inevitáveis - nunca desembocarão na amargura. Reagiremos com dor, mas sem desânimo e com um sorriso que brota, como água límpida, da alegria da nossa condição de filhos desse Amor, dessa grandeza, dessa sabedoria infinita, dessa misericórdia que é o nosso Pai. Durante os meus anos de serviço ao Senhor, aprendi a ser filho pequeno de Deus. E o mesmo peço a todos vós: que sejais quasi modo geniti infantes, como crianças recém-nascidas, crianças que desejam a palavra de Deus, o pão de Deus, o alimento de Deus, a fortaleza de Deus, para se comportarem de futuro como homens cristãos. (Amigos de Deus, 146)