"Quando pensardes que tendes toda a razão..."

Vai à direção espiritual cada vez com maior humildade, e pontualmente, o que é também humildade. Pensa - e não te enganas, porque aí é Deus quem te fala - que és como uma criança pequena - sincera! -, a quem vão ensinando a falar, a ler, a conhecer as flores e os pássaros, a viver as alegrias e as penas, a reparar no chão que pisa. (Sulco, 270)

Volto a afirmar que todos temos misérias. Mas as nossas misérias não nos deverão levar nunca a esquivar-nos do Amor de Deus, mas a acolher-nos a esse Amor, a meter-nos dentro dessa bondade divina, como os antigos guerreiros se metiam dentro da sua armadura: aquele Ecce ego, quia vocasti me – conta comigo, porque me chamaste – é a nossa defesa. Não devemos afastar-nos de Deus por termos descoberto as nossas fragilidades; temos de atacar as misérias, precisamente porque Deus confia em nós.

Perdoai a minha teima, mas julgo imprescindível que se grave a fogo nas vossas inteligências que a humildade e – sua consequência imediata – a sinceridade enfeixam os outros meios e se revelam como algo que estabelece as bases da eficácia para a vitória. Se o demônio mudo se introduz numa alma, deita tudo a perder; em contrapartida, se o expulsamos imediatamente, tudo corre bem, somos felizes, a vida desenvolve-se retamente. Sejamos sempre selvagemente sinceros, embora com prudente educação.

Quero que este ponto fique claro: não me preocupam tanto o coração e a carne como a soberba. Humildes. Quando pensardes que tendes toda a razão, não tendes razão nenhuma. Ide à direção espiritual com a alma aberta; não a fecheis, porque – repito – mete-se o demônio mudo, que é difícil de tirar. (Amigos de Deus, nn. 187-188)

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