Em que consiste seu trabalho?
Sou um dos 85 acrobatas que participam de um espetáculo intitulado “Le Rêve” (“O Sonho”), dirigido por Franco Dragone. É uma peça excepcional, que só se pode ver em Las Vegas. Ao redor de uma piscina, combinamos várias disciplinas do esporte e da arte, com uma cenografia de nível técnico muito elevado. Muitos de meus colegas são acrobatas de fama mundial, medalhistas de competições internacionais, ginastas, atores, bailarinos e músicos.
Como você descobriu seu talento?
Já desde menino praticava a acrobacia, um esporte muito popular em minha cidade, Złotoryja (Polônia). Meus treinadores sugeriram que empreendesse a carreira profissional e com um amigo, Tomasz Wilkosz, criei um duo acrobático. Quando nos inteiramos dos planos de uma nova produção do outro lado do Atlântico, fomos a Paris para o casting e nos aceitaram.
Como é sua vida em Las Vegas?
Las Vegas é uma cidade que vive intensamente. Aqui vem gente do mundo todo, de muitas culturas, religiões e convicções, e o cristianismo é – entre meus colegas – uma a mais. Sinceramente, neste ambiente é fácil esquecer as ideias que guiam sua vida.
À primeira vista, poderia parecer que esta “cidade do lazer”, posta no meio do deserto, é o lugar menos adequado para tratar a Deus e encontrar a paz da alma. E, no entanto, não. Aqui tenho aprendido a aprofundar minha amizade com Ele na vida quotidiana – que em meu caso costuma decorrer em um trapézio ou voando pelos ares –, junto a colegas de ideias tão variadas, etc.
Em que consiste o trabalho de um acrobata? Fazer bem as piruetas, manter o ritmo, combinar sua acrobacia com as dos outros, e fazê-lo todos os dias... não é fácil. Às vezes, é preciso aguentar até a dor física. Mas penso que, com meu trabalho, estou servindo às pessoas, fazendo-as descansarem, e divertindo a Deus. Por isso, tento sair ao palco e dar tudo o que levo dentro.
Como você conheceu a Obra?
Antes de viajar aos EUA, me deram de presente três livros de São Josemaria Escrivá: Caminho, Sulco e Forja. Pedi mais informação e entrei em contato com um membro do Opus Dei em Las Vegas. Aos poucos, comecei a assistir aos meios de formação cristã. Desde então, entre os ensaios e o espetáculo, faço diariamente um momento de oração.
Meu trabalho requer uma repetição quase rotineira dos mesmos exercícios. Isso supõe muito esforço físico, muita concentração e precisão. Neste sentido, o espírito do Opus Dei ajuda-me a fazer bem meu trabalho, porque sei que Deus é o principal espectador.
O que você espera de Las Vegas?
Bom, nesta cidade a Obra ainda está crescendo, somos poucos, mas a necessidade de ser mais é tão evidente que nos enche de idealismo. Coopero com o Opus Dei com minha oração e com meu apostolado. Aproximar os outros de Deus é como a arte acrobática: nem tudo depende do quanto você se empenha e de suas capacidades humanas, ainda que estes ingredientes sejam fundamentais. Eu sozinho não posso fazer muito; com os demais e com Deus, sim.