Santificação da família

Recolhemos alguns textos de Dom Álvaro sobre a santificação do matrimônio e a educação dos filhos.

Santificação das realidades familiares

O matrimônio é uma escola de todas as virtudes: de entrega de si mesmo, de generosidade, de humildade. Quantas vezes adivinhaste que teu marido tinha um determinado plano – por exemplo, para o fim de semana – e tinhas pensado em fazer outra coisa; mas como o amor é muito grande e faz-nos adivinhar todas as coisas, compreendeste que teu marido quer fazer outra coisa e calas a tua vontade. E dizes a seu marido: hoje, porque não fazemos isto? O que já sabes que ele quer fazer. E ele fica muito feliz. Deveis ter feito isto muitas vezes: os maridos com as mulheres, as mulheres com os maridos. E é uma bênção de Deus.

Assim, vivendo o amor conjugal como o Senhor quer, chegareis a uma união das almas que vos faça vibrar em uníssono: leva-vos a amar a Deus. Move a que o marido ajude a mulher a ser melhor, e a que a mulher ajude o marido a ser melhor, porque desde que receberam o santo sacramento do matrimônio tem uma graça especial, uma graça sacramental. Desde então – de um modo inefável, que não é possível explicar –, Deus está entre o marido e a mulher quando se amam – e se amam sempre –, quando se compreendem – e às vezes custa um pouco, mas devem compreender-se –, porque o carinho, mais que em dar, está em compreender.

Notas de uma reunião familiar (Dublín), 22-XI-1987.

Educação dos filhos

«O negócio que mais deveis cuidar – costumava dizer o Fundador do Opus Dei aos empresários – é a formação de vossos filhos». Uma educação que será eficaz se os pais souberem tornar-se amigos dos seus filhos; se estes, desde pequenos, se acostumam a confiar neles, a abrir o seu coração quando têm alguma dificuldade.

O ritmo da vida moderna parece não favorecer esta dedicação. Cada vez mais temos de tudo, exceto o tempo. E os pais correm o risco de ficarem absorvidos pelo trabalho, mesmo com o nobre desejo de assegurar o melhor futuro possível para os filhos. Mas este futuro dependerá mais do tempo que lhes dedicou do que do conforto que lhes ofereceu. E assim, quando os filhos se queixam, não é por aquilo que os pais não lhe deram, mas porque não souberam dar-se eles próprios.

Artigo “Sal, luz e fermento”, sobre a tarefa dos laicos na missão da Igreja.

Roma, ano 1989. Publicado em “Catholic Familyland”, Issue XXVII, pp. 11-14.