O Santo “Tweetável”

Transcrevemos excertos de um artigo publicado por Real Clear Religion sob o título "O Santo Tweetável".

Transcrevemos excertos de um artigo publicado por Real Clear Religion sob o título "O Santo Tweetável".

Tenho de fazer uma confissão: Uma vez fiz troça de um santo.

Nos meus dias de estudante trabalhei, como leigo, num ambiente universitário irlandês como conselheiro residente. Nessa altura, a maior parte das universidades irlandesas oferecia muito poucas possibilidades de alojamento, mas algumas organizações religiosas dirigiam residências para estudantes. Encontrei um lugar em Nullamore, uma bela propriedade antiga da família Guinness no sector Dartry de Dublin.

A residência era dirigida por um grupo chamado Opus Dei, do qual eu então não sabia nada. O tempo que aí passei foi agradável e achei os membros do grupo de boa vontade e com uma fé esclarecida.

As obras de Escrivá incluíam publicações populares: Caminho, Forja e É Cristo que Passa. Constavam de invocações curtas e piedosas, injunções e interjeições destinadas a estimular o pensamento, a oração e a reflexão. Porém, na minha juvenil “sabedoria”, achei que eram insignificantes e pouco sofisticadas para um licenciado como eu. Perguntava a mim mesmo como podiam todos esses economistas, funcionários do governo, acadêmicos, executivos, banqueiros, médicos e investigadores levá-lo tão a sério!

A minha sensibilidade tinha sido formada em St. Anselm sob a influência Beneditina. A aproximação sóbria, contida à vida Católica - intensa, sem aparato – atraía-me. Se um monge queria ler, voltava-se para os Padres da Igreja, grandes teólogos, ensinamentos papais ou conciliares, os santos e, sempre, a Sagrada Escritura. Máximas de duas ou três linhas de Mons. Escrivá? Ora vamos lá! Contudo, este santo continuava a aparecer.

De volta aos EUA, poucas semanas após o meu regresso, alguns dos meus colegas de St. Anselm decidiram fazer um encontro em Boston. Fiz a viagem de três horas desde North Adams, e ao chegar ao apartamento de um dos rapazes, perguntei se podia me arrumar antes de sair. Claro, disse ele, usa o meu quarto e o banheiro ao lado. Bem visível, colocado na cômoda do quarto, no espelho, quem estava ali a olhar para mim? Ora, S. Josemaria!

O tempo passou e várias dezenas de anos depois, eu era um frade beneditino em St. Anselm. Mons. Escriva tinha sido canonizado em 2002 como um verdadeiro santo, mesmo a sério e a tecnologia chegara à idade do Twitter. Os Tweets são aquelas mensagens de 140 caracteres, muito curtas e incisivas, que políticos, celebridades e até instituições publicam por vezes diariamente. A nossa universidade usa-as, a secretária da paróquia usa-as, e a maior parte dos meus estudantes usa-a.

Oh, e quem mais? O Papa Francisco, como @Pontifex!

Isto tudo deixou-me um bocado confuso. Percebi que tinha subestimado S. Josemaria, ignorado a sua influência na espiritualidade Beneditina, e menosprezado o impacto na evangelização de pequenos pensamentos expressos em máximas.

O livro de S. Josemaria Caminho apareceu recentemente na minha sacristia! Ninguém sabe como apareceu lá, mas parece que S. Josemaria está em toda a parte. Folheei-o e deparei com um pensamento que diz como somos felizes por estar trabalhando para construir o Reino de Deus, em vez de qualquer reino terreno. E então percebi!

Obrigado, S. Josemaria! A sua utilização de pepitas de ouro - tweets? - do Evangelho é muito adequada aos breves períodos de atenção das pessoas nos dias de hoje.

Pode ler o artigo completoaqui

Joseph Day

Real Clear Religion