Na Colômbia: Universidade de la Sabana

Em Bogotá, capital da Colômbia, a Universidade de la Sabana é a sede de oito faculdades, vários cursos de pós-graduação, uma escola de negócios, um Instituto da Família e um programa de ensino à distância, do qual são beneficiários milhares de estudantes.

Todas as tardes, Ângela Patrícia Janiot dirige-se a quase 50 milhões de telespectadores da América Latina. Em 1989, ela terminou seus estudos em Comunicação Social e Jornalismo na Universidade de la Sabana para em seguida chegar aos Estados Unidos, onde é apresentadora dos jornais televisivos em espanhol da CNN.

Ângela Patrícia estabeleceu sólidas amizades na universidade: “Eu não só aprendi a conviver com as situações do dia a dia, como também a apreciar minha vida familiar e a importância de meu trabalho de todos os dias. Nós nos conhecíamos bem e entre nós reinava um grande  calor humano: só existiam cursos e trabalhos acadêmicos”.

Diana Sofia Giraldo, diretora do jornal televisivo 24 Horas, destaca os esforços feitos pela Universidade de la Sabana para formar jornalistas que estejam sempre ligados à realidade do país. “Na universidade, eu era apaixonada pelas situações diárias que nos mergulhavam nos problemas de todos os dias: nosso olhar ia além dos livros e dos exames”. Agora, Diana Sofia procura transmitir aquele espírito aos estudantes de outra faculdade de comunicação, da qual ela é vice-reitora.

Henry Rodriguez, diretor das páginas financeiras do El Espectador, diário com uma tiragem de 300.000 exemplares, diplomou-se na Sabana. Ele tem três filhos e um trabalho que exige muito dele: “Eu procurei criar novos sistemas de comunicação financeira e me esforço em trabalhar bem, mas sem negligenciar minhas obrigações familiares. Em primeiro lugar, penso em meus filhos”.

O impacto que os formados pela Faculdade de Comunicação Social e Jornalismo têm sobre as mídias é sem dúvida o melhor porta-voz do estilo da educação recebida na Universidade de la Sabana. Atualmente, entre os jornalistas dos veículos mais importantes da Colômbia, muitos saíram dos bancos escolares da Sabana, outros estão inscritos em um dos dois programas de pós-graduação da Universidade: Jornalismo Financeiro e Comunicação de Empresas. Juan Gossain e Dario Arizmendi, diretores das duas mais importantes cadeias de rádio da América do Sul, concordam entre si ao dizer “que existe algo de especial nos jornalistas da Sabana”.

Dito isto, os jornalistas são apenas uma pequena parte dos vinte mil estudantes que já frequentaram os anfiteatros da Universidade de Sabana, ainda muito nova.

A Universidade teve seu início com o Instituto Superior de Educação, que abriu suas portas numa antiga construção muito acolhedora do bairro Chapinero, em Bogotá, no dia 21 de agosto de 1971, com dezenove alunos e sete professores para o primeiro ano do curso de Administração dos Estabelecimentos Escolares .

São Josemaria Escrivá, fundador do Opus Dei, havia encorajado, no início dos anos 1960, alguns professores colombianos a promover o ensino superior. Em 1963, foi criado o Centro de Orientação para Professores , que propunha reciclagens aos professores de ensino primário e secundário, nos períodos de férias escolares,  visando a uma formação que lhes assegurasse um avanço na carreira oficial.

Entre 1967 e 1970, um grupo de pais colombianos criou a Associação para a Educação e instituiu estabelecimentos de ensino secundário. Foram essas famílias que fundaram o Instituto Superior de Educação , INSE, com a esperança de fazer dele uma Faculdade o mais rápido possível. Em 14 de janeiro de 1980, o INSE foi reconhecido pelo governo como Universidade de la Sabana.  Já havia 2.000 estudantes inscritos nos cursos de “Administração de Estabelecimentos”, “Psicologia”, “Ensino das Belas-Artes”, “Comunicação Social e Jornalismo” e “Gestão de Empresas e Ciências Sociais”.

Os fundadores da Universidade faziam questão de assegurar a formação dos professores das cidades e das várias zonas rurais espalhadas, facilitando-lhes uma preparação científica e humana profundamente cristã. Dom Álvaro del Portillo – sucessor de São Josemaria – seria o primeiro Grande Chanceler da Universidade de la Sabana, que, desde o seu reconhecimento, tornou-se uma obra corporativa do Opus Dei. Por este motivo, esta Prelazia Pessoal encarrega-se da formação espiritual e da orientação cristã,  elementos que informam todo o trabalho da Universidade.
Uma grande parte do trabalho dos membros do Opus Dei no mundo inteiro consiste em elevar o nível cultural, num quadro de inspiração profundamente cristã: transmitir cultura é sempre uma maneira de servir a sociedade.

No dia 29 de maio de 1983, Dom Álvaro del Portillo visitou a Universidade e ali pôde encontrar-se com os professores, a equipe de direção, os funcionários, formados e estudantes para lhes dizer:

“Uma grande parte do trabalho dos membros do Opus Dei no mundo inteiro consiste em elevar o nível cultural, num quadro de inspiração profundamente cristã: transmitir cultura é sempre uma maneira de servir a sociedade. Vocês começaram aqui com muita coragem e elegância sobrenatural. Vocês fazem um bom trabalho: vocês contribuem assim para que, em seu país, a cultura seja valorizada e muito bem difundida graças à formação dos futuros dirigentes de sua sociedade, em todos os níveis. Todas as almas interessam ao Opus Dei, não apenas aquelas que estão no comando, mas é certo que se essas têm um espírito cristão, todos os outros tirarão proveito disso.

Disse também o quanto a Universidade deveria se sentir implicada na busca de soluções para os problemas sociais prementes do país.

“A caridade que Deus pede de nós não é rígida, estereotipada,  feita de má vontade. Trata-se de colocar nela verdadeiramente o coração. É o trabalho dos cristãos, é o que eu peço ao Senhor para esta Universidade”.

Numerosas iniciativas responderam a esse desejo do primeiro Grande Chanceler da Sabana. Por exemplo, um programa de desenvolvimento social dirigido por professores e estudantes das Faculdades de Direito e de Comunicação, no bairro Paulo VI, em Soacha, na periferia de Bogotá. Este projeto conta com os espaços da escola pública do bairro e propõe às crianças atividades de lazer e cursos de catecismo, e aos pais, palestras e uma assistência jurídica gratuita.

A expansão da Universidade é evidente. No segundo semestre de 1996, foi inaugurada a sede do Instituto de Alta Direção de Empresas , o INALDE. Iniciou-se a construção de novos anfiteatros da Faculdade de Jornalismo. Uma futura Clínica Universitária foi planejada. “É um enorme projeto que está bem avançado. Promovido por um grupo independente e fora do organograma dos outros trabalhos”, acrescenta M.Cortés, mostrando-nos o espaço que abrigará essa futura clínica da Faculdade de Medicina.

O campus assemelha-se àqueles das universidades dos Estados Unidos e da Europa. Uma verdadeira cidade universitária, com ruas, praças, pontes, instalações esportivas e até um pequeno lago, onde periodicamente acontecem campeonatos de remo.