Conhecer e viver o Evangelho

Neste tempo de Advento, recordamos o seguinte texto em que o Bem-aventurado Álvaro del Portillo comenta a forma como a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade quis vir ao mundo: em um estábulo cheio de pobreza.

Contempla sem cansar-te, meu filho, esse estábulo pequeno, miserável, cheio de pobreza; um estábulo submetido aos ventos e às chuvas, feito para os animais! Ali, neste lugar desamparado e sobre a manjedoura, envolto em panos, encontramos Jesus Nosso Senhor, ao que proclamamos Deum de Deo, lumen de lumime [Deus de Deus, luz da luz] (Credo da Missa). Adoramo-Lo como Deum, porque o é; o adoramos neste momento Deum de Deo, lumen de lumine, Deum vero de Deo vero [Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro] (ibid.). Se quisesse, poderia ter nascido num palácio, rodeado de riquezas, onde nada Lhe faltasse. Em Belém carece de tudo; só conta com dois tesouros: sua Mãe, que será a única joia que Lhe restará ao morrer na Cruz, para entregá-la a nós, e José. Quanto amava Nosso Senhor Jesus a seu pai adotivo José!

Isto é o que possui: aqueles dois amores e uns paninhos. Depois, uns pobres pastores o adorariam porque o anjo anunciou-lhes que nascera o Salvador. Imediatamente depois, toda a milícia angélica canta Gloria in altissimis Deo et in terra pax hominibus bonae voluntatis [Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade] (Lc 2, 14), a paz que o Senhor deseja que chegue para todos, mas que somente os homens de boa vontade alcançam. Recordo-te essas palavras para que tu e eu façamos propósitos de fomentar a vontade boa de nos aproximarmos de Nosso Senhor, de aprender dEle, de imitá-Lo, de servi-Lo, de adorá-Lo, de amá-Lo.

Meditação na solenidade do Nascimento do Senhor, 25-XII-1976.