Aprender com a simplicidade das crianças

Francisco está concluindo seu primeiro círculo de catequeses sobre a família. Falou sobre as mães, os pais e os avós. Nesta ocasião refletiu sobre as crianças. Sublinhou o quanto os adultos devem aprender a simplicidade das crianças e concluiu advertindo que uma sociedade sem filhos é "cinza e triste".

No termo deste primeiro ciclo de catequeses, dedicado às diversas figuras da vida familiar, quero falar-vos das crianças, mais concretamente do grande dom que representam para a humanidade. É que elas sabem olhar a realidade com um olhar puro e confiante, possuem uma extraordinária capacidade de receber e dar ternura, são capazes de sorrir e chorar. Lembram-nos a todos que, nos primeiros anos de vida, estivemos totalmente dependentes dos cuidados e solicitude dos outros; mais ainda, recordam-nos que nunca deixamos de ser filhos: mesmo quando uma pessoa chega à idade adulta e se torna pai e mãe, no fundo de tudo subjaz a sua identidade de filho, de filha. Isto significa que a vida não tem origem em nós mesmos, mas recebemo-la; às vezes corremos o risco de nos esquecermos disto, como se fôssemos nós os senhores da nossa existência. E não! Somos radicalmente dependentes: em toda e qualquer idade, situação e condição de vida, somos e permanecemos filhos. Esta é a primeira mensagem que nos dão as crianças, com a sua presença: recordam-nos sem cessar a condição necessária para entrar no Reino de Deus, ou seja, não nos considerarmos auto-suficientes, mas carecidos de ajuda, de amor, de perdão. Na realidade, Jesus convida-nos a tornarmo-nos como as crianças, para entrar no Reino de Deus. Elas enchem-nos de vida, alegria, e esperança. É verdade que acarretam também preocupações e às vezes problemas; mas é melhor uma sociedade com estas preocupações e problemas do que uma sociedade triste e cinzenta sem crianças.

Vídeo com a audiência completa:

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