“A Eucaristia teve um papel decisivo em minha conversão”

Rianne Spoon, holandesa de 22 anos e estudante de medicina, foi recebida na Igreja Católica no dia 12 de dezembro de 2004, durante uma Missa solene celebrada na Catedral de Santa Catarina de Utrecht.

Fui a Utrecht para começar a universidade. Queria estudar medicina. Precisava de uma residência para morar e fui parar em Hogeland, conhecida por sua clara inspiração católica. Eu tinha sido educada com a idéia de que a fé católica era uma doutrina errônea, e por isso me perguntei se era razoável que fosse morar em Hogeland. Coisas da juventude, escolhi a vantagem da dúvida e descobri rapidamente que as coisas não eram como as havia imaginado. Encontrei um ambiente de grande liberdade e respeito.

Há um ano e meio uma companheira universitária se converteu e isso me fez pensar muito. Dava-me conta de que acreditávamos no mesmo Deus. Apesar de ter uma forte sensação de unidade com a fé católica, havia dois pontos de desunião: a Eucaristia e a maneira de ver Maria, a Mãe de Deus. Depois de um período de estudo sobre estes e outros temas, decidi fazer a profissão de fé na comunidade protestante a que pertence a minha família, ainda que tivesse dificuldades em alguns pontos, como por exemplo o modo como viam a Igreja Católica.

Esta decisão de parar de procurar e abandonar tudo nas mãos de Deus não me deu a paz. As dúvidas não saíam da minha cabeça e estava intranquila. Na residência de Hogeland há um oratório, onde muitas estudantes vão rezar ou assistem à Missa que um sacerdote do Opus Dei celebra todos os dias.

Recordo que não podia passar perto do oratório sem sentir a necessidade de entrar. É difícil explicar os sentimentos. Na situação em que me encontrava, dava-me conta de que se me decidisse a entrar no oratório e me ajoelhasse diante da Sua Presença no sacrário, não poderia continuar sendo protestante. Naquele momento não queria comprometer-me a fazê-lo: não tinha a motivação nem a segurança de poder tomar essa decisão. Não queria desobedecer nem à minha comunidade cristã nem à minha família, de modo que decidi deixar passar o tempo com a esperança de que todos os meus “problemas” desaparecessem.

Hogeland

“Deus não se cansa de esperar”

Depois veio o Natal e a claridade que esperava encontrar nesse tempo de felicidade e descanso não se produziu. A leitura de uma passagem do livro “Por fim em casa”, de Henri Nouwen, voltou a dar-me esperança. Fez-me muito bem ler que Deus nos quer infinitamente, tanto que não deseja de nós um amor obrigado, mas livre. Ele sabe esperar. Não se cansa de esperar.

Mas o que teve um papel decisivo na minha conversão foi a Eucaristia. Tinha inveja das pessoas que iam todos os dias à Missa. Não podia imaginar a minha vida como católica sem ir diariamente à Missa. Também foi importante, sem dúvida, encontrar no Papa a figura de um pai, e ver brilhar o rosto de Cristo nos sacerdotes e nos católicos que conheci.

Olhando para trás, não deixa de surpreender-me como Deus atuou comigo. Por um lado, porque a maior parte da fé católica eu aprendi tomando um copo de chocolate quente com a minha amiga Agnes. Por outro lado, e refletindo seriamente, porque comprovei na minha própria pele que Cristo vive. Se escrevo estas coisas, é somente para compartilhar o meu agradecimento. Como diz um sacerdote que me ajudou neste caminho em direção à fé plena, “não só devo estar agradecida pelo que recebi, mas também pelo que a partir de agora posso significar para outros, se sou fiel”.

Hogeland é uma residência para universitárias de Utrecht, em que as atividades de formação espiritual estão encomendadas à Prelazia do Opus Dei.

Mais informações em: www.instudo.nl/hogeland/index.html