A convivência familiar

Nesta audiência o Papa Francisco fala sobre os efeitos que uma má convivência familiar tem na alma dos filhos.

Quero hoje refletir convosco sobre as feridas que se abrem no interior da convivência familiar e do mal que fazem à alma dos filhos. Palavras, ações e omissões que, em vez de exprimir amor, corroem-no e mortificam-no. E o esvaziamento do amor conjugal gera ressentimento nas relações e desemboca em lacerações profundas que dividem os esposos. Quando os adultos perdem cabeça, quando cada um pensa apenas em si mesmo, quando o pai e a mãe se agridem, a alma dos filhos sofre imensamente, sentem-se desesperados. Na família, tudo está interligado: quando a sua alma é ferida num ponto qualquer, a infeção contagia a todos. Quando um homem e uma mulher, que se comprometeram a ser «uma só carne» e formar uma família, pensam obsessivamente nas próprias exigências de liberdade e gratificação, esta distorção fere profundamente o coração e a vida dos filhos. Devemos compreender bem isto: o marido e a mulher são uma só carne; mas as suas criaturas são carne da sua carne. Quando se pensa na dura advertência que Jesus fez aos adultos para não escandalizarem os pequeninos, pode-se compreender melhor a sua palavra sobre a grave responsabilidade de salvaguardar o vínculo conjugal que dá início à família humana. Dado que o homem e a mulher se tornaram uma só carne, todas as feridas e todo o abandono do pai e da mãe incidem na carne viva dos filhos.

Queridos peregrinos de língua portuguesa, sede bem-vindos! A todos vos saúdo, especialmente aos fiéis brasileiros de Palmeira e às famílias de Sesimbra, convidando-vos a pedir ao Senhor uma fé grande para verdes a realidade com o olhar de Deus e uma grande caridade para vos aproximardes das pessoas com o seu coração misericordioso. Confiai em Deus, como a Virgem Maria! De bom grado abençoo a vós e aos vossos entes queridos.

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