“Do cristão se espera heroísmo”

Quantos se deixariam cravar numa cruz perante o olhar atônito de milhares de espectadores, e não sabem sofrer cristãmente as alfinetadas de cada dia! - Pensa então no que será mais heróico (Caminho, 204).

Hoje em dia, dentro e fora da Igreja, em cima e em baixo, dá a impressão de que muitos renunciaram à luta - a essa guerra pessoal contra as claudicações próprias -, para se entregarem de armas e bagagem a servidões que envilecem a alma. Esse perigo estará sempre à espreita de todos os cristãos.

Por isso, é preciso pedir insistentemente à Santíssima Trindade que tenha compaixão de todos. Ao falar destas coisas, estremeço ante o pensamento da justiça de Deus. Recorro à sua misericórdia, à sua compaixão, para que não olhe para os nossos pecados, mas para os méritos de Cristo e de sua Santa Mãe, que é também nossa Mãe, para os do Patriarca São José, que lhe serviu de Pai, para os dos Santos.

O cristão pode viver com a segurança de que, se tiver desejos de lutar, Deus o pegará pela mão direita, como se lê na Missa da festa de hoje. Foi Jesus - que entra em Jerusalém montado num pobre jumentinho, o Rei da Paz -, foi Jesus quem o disse: O reino dos céus se alcança à força e são os violentos que o arrebatam. Essa força não se traduz em violência contra os outros: é fortaleza para combater as fraquezas e misérias próprias, valentia para não mascarar as infidelidades pessoais, audácia para confessar a fé, mesmo quando o ambiente é adverso.  (É Cristo que passa, 82)